segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Encontros casuais

É curioso como certos encontros fugazes podem influenciar de maneira decisiva nossos rumos. Às vezes nos aparecem esses seres "diferentes" que, por terem um forma peculiar de encarar a vida ou simplesmente por pertenceram a um meio com hábitos distintos dos nossos, nos planta a sementinha da mudança. Com eles, um diálogo de poucas horas pode revelar o que não conseguimos perceber em anos de rotina.

Os americanos Skyler e Clark iam para a Bósnia. Era o que pensavam as irmãs australianas Tanz e Else, que os conheceram rapidamente em outro ponto da Europa. Madrugada dessas, eu voltava com elas de uma breve noitada em um café aqui de Frankfurt quando, do outro lado de uma rua qualquer, avistamos a tal dupla do Arkansas deitada entre mochilas e violões. Com um rápido telefonema para Michael, o alemão que hospedava eu e as garotas, conseguimos permissão para os cinco passarmos a noite em sua sala.

Clark e Skyler viajam a Europa há cerca de três meses. Os pedaços de papelão que, na hora de pedir carona, usam para expressar o destino pretendido revelam os lugares que já visitaram: Franca, Bélgica, Holanda ... Alias, depois que descobriram esse meio de transporte, só viajam assim. Estão sempre tocando violão: param em um lugar qualquer, tocam as musicas conhecidas ou tiram um som no improviso. Quem gosta deixa moedas em um pote de sorvete. É com esse dinheiro que financiam a viajam (e só com ele). Dormem na casa de quem os acolhe ou "dentro daquela escultura esquisita que tem na praça", como, segundo Skyler, aconteceu na noite anterior.

O que leva dois estudantes, na faixa dos 20 anos, a encarar essa aventura? "Well, a gente tinha duas passagens para Londres e depois não sabíamos o que fazer", me diz um deles. Nenhuma pretensão de mudar o mundo. Só mesmo ânsia, necessidade de conhece-lo - antes de qualquer outra coisa. Assim me sinto.

As irmãs australianas também têm viajado. Não de carona, mas dormem de sofá em sofá (to couchsurfer). Bem, fiquei com todos eles só uma noite e amanhã tentarei ir para Heidelberg. Vi que não ia rolar aula nem trabalho em Frankfurt este mês, então, porque não passar o mês de cidade em cidade, de casa em casa? Acredito que seja até mais barato que ficar aqui. Espero.

3 comentários:

Danilo Bueno disse...

Olha tem um amigo especialista em passar a vida de casa em casa, chama-se bicho mala!

mas sabe que não é uma má ideia... eu preciso aprender a tocar pandeiro rápido!
um pagodinho deve fazer sucesso na europa!

Mari Ninja disse...

Ola irmã querida...To adorando essas aventuras que vc esta fazendo, deve esta sendo muito bom...Eu e minha prima pretendemos fazer uma dessas loucuras igual esses amigos aí, viajar para todo lado, de carona, sem programar...indo em uma aventura mesmo, deve ser muito bom!!
Divirta-se e se cuida viu... Muitos beijos... com saudades...
Mari

Kívia Costa disse...

Investe nisso mesmo, Nerso, vai fayer um puta sucesso! To arrependida de nao ter levado a frente minha ideia de fayer danca do ventre...
Saudades de vc tb Mari, de toda a familia. Eh, essas experiencias podem ser divertidas, mas tb rendem alguns apertos...