domingo, 5 de agosto de 2007

Charles de Gaulle


Já li algumas reportagens escritas diretamente das cadeiras de um aeroporto: Charles de Gaulle. Nunca entendi essa "preferência", nem dava muita importância ao fato, ao aeroporto e até mesmo ao país, seus habitantes e língua. Mas estar sentado em uma dessas cadeiras faz ver sobre outra perspectiva.

Num aeroporto de um país miscigenado e "sem preconceitos" como o Brasil não se veria tal diversidade. Bem à minha frente, um petit cawboy espera o vaqueiro pai, rabo-de-cavalo e bigodes grisalhos, lacrar as malas. Há pouco, passou um garoto com síndrome de Down conduzindo um cego. Neste instante, sentou-se à minha esquerda uma ruiva com um moreno.

Ok, ok, você vai dizer que em qualquer aeroporto do mundo, local de trânsito por definição, seria possível encontrar essa diversidade de monge de havaianas e pai negro que empurra seus três filhotes loiros em um carrinho de bagagens. É, em aeroportos pode-se ver mesmo tudo. Mas foi a primeira vez que, nos nove aeroportos internacionais por onde passei, ao descer para o saguão de desembarque, vi o amplo piso quase tomado por gente que dormia em cima de bagagem, abraçados a seus parceiros ou amigos quase que em uma cama coletiva. Tamanho camping não vi nem no Brasil destes tempos de apagão aéreo. Despreocupação, idem. Imagina se no Guarulhos de saltos, terninhos e penteados eu veria tal ... desapego. Os franceses e seus turistas podem ser mais brasileiros do que imaginamos!

P.s. Uma alemã acabou de ser a pessoa mais simpática que conheci aqui.
(escrito em 01/08, às 13h)

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