Mas onde é isso, Kívia? Nao teve um brasileiro que, ao saber que eu esava lí, nao fizesse esse pergunta. Capital da Eslováquia. Ou, para facilitar, cidade pertinho de Viena. Há quem pegue o trem para assistir à Opera vienense e volta ainda na mesma noite.
Nao faz muito tempo que esse aglomerado de 500 mil habitantes passou a ser chamado de Capital. Há apenas quinze anos, quando a Checoslováquia foi desmembrada em República Tcheca e Eslováqia. Como em outros lugares da Europa Oriental, a separacao de povos diferentes dentro do mesmo Estado só foi possível após a queda de regismes comunistas. No caso checoslovaco, esse processo foi apelidado por jornalistas da época de Revolucao de Veludo, por ter acontecido de forma nao violenta (vide foto).
Perguntei para os meus anfitrioes se existia alguma rivalidade entre os cidadoes dos dois países. Nem um pouco. "Temos problemas é com os húngaros". Desafeto que remonta às eras pré-medievais. Os dois países sao é muito ligados. Um entende a língua do outro (diz que é mais fácil que espanhol para nós). Eu tenho dois amigos eslovácos que fazem faculdade em Praga e intercambio aqui em Frankfurt. Uma zona...
Ambos estao também no mesmo barco sócio-economico. Bom, pelo menos assim pensava eu. Ambos do leste europeu, ex-comunistas, alta taxa de desemprego...mas a minha anfitria, Anna, diz que Bratislava vive um ótimo momento economico, muitas firmas extrangeiras (especialmente americanas) estao a procurar mao-de-obra especializada alí. Fato que, segundo Anna, está a atrair muitos tchecos para o país vizinho...
Infelizmente, nao tenho estatísticas para provar o que minha colega falou. Mas tenho fotos ;) Pode-se ver uma arquitetura moderna, prédios recentes e, até mesmo os com cara de outros séculos, pintadinhos e sem manchas. Muitos restaurantes chics à beira do rio Danúbio. "Pena", diz Boris, um dos meus anfitrioes, "porque antes de eles estarem alí, podíamos desfrutar o melhor gramado da cidade para fazer pique-nique".
Foi comecar a falar dos efeitos colaterais da..."modernizacao" de Bratislava para o meu terceiro anfitriao, estudante de teatro e cinema, se revoltar - e eu concordar. "Para construir a merda desta ponte, destruiram todo um bairro judeu antiguissimo! Esta regiao aqui era colorida, cheia de grafites, dava um ar alternativo à cidade, mas pintaram tudo de cinza". Foda. Mas pelo menos barzinhos curiosos tem de monte ainda. Neste daqui, chamado Certa (diabo, em eslovaco), eu pedi a primeira cerveja da minha vida. Custou menos de um euro, eles pagaram e foi sem álcool.
sábado, 31 de maio de 2008
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