domingo, 18 de novembro de 2007

Visita grega

Não, não foi um cavalo de Tróia. Foi um homem de Atenas.

Dionisis é um entre os dezenas de estudantes de Erasmus (programa de intercâmbio estudantil entre os países europeus. Na verdade, todo estudante estrangeiro aqui é chamado genericamente de Erasmus) com quem convivo em Frankfurt. Como todos nós, ele almoça no Bandeijão, vai às festas universitárias semanais, fala alemão errado, veste jeans e é curioso. Ao contrário da maioria, ele não mora em uma Studentenwohnheim (moradia de estudante) ou WG (república), faz doutorado, não tem dificuldade em entender as aulas nem os textos (são em inglês..) e não tem pudores de perguntar.

Na sua curta de visita de hoje, ele soube pela vizinha espanhola, estudante de música, que um concerto de piano dura em média uma hora, não se pode eleger uma obra mais difícil de executar, nem um compositor, ela prefere Beethoven, piano exige mais de 10 anos de dedicação e tanto faz tocar sozinho ou em orquestra. Isso nos 20 minutos que eu tentava esquentar um copo de leite e não via que o microondas estava no "descongelar".

Bom, ao lado dessas pessoas a gente se sente convidado a querer saber tudo também. As casas gregas são todas brancas por causa do material usado na construção (alguma coisa com B). Tijolo? Não, não, é muito caro. Grécia em grego se diz Elássia. O país tem uns 12 milhões de habitantes e 4 milhões de atenienses. Esparta tem 50 mil habitantes (uma pequena polis lá em cima..).

Eu sabia quase todas as letras do alfabeto grego e não sabia que sabia (graças aos sinais que usamos na física, matemática etc). Eles tem letras minúsculas, maiúsculas e uma que ninguém usa (caligrafia). São dois os "O"s e três os "I"s, pronunciados do mesmíssimo jeito, mas escritos de forma diferente (e ele não me soube falar de nenhuma regra pra diferenciar). Quando não nos entendíamos em alemão, ele falava em grego, eu em português, e às vezes funcionava. Platão e os outros gregos da filosofia clássica são extremamente difíceis de serem entendidos pelos gregos de hoje. Pois é, a língua mudou um pouco nesses últimos 2 mil anos...

2 comentários:

Maurício Kanno disse...

ahahah, as letras gregas sao interessantes mesmo, heim... nao sabia q tb podiam ser úteis na alemanha...

espero q esteja bem em suas viagens pela alemanha, rsrs

Anônimo disse...

Kívia,
Acho que esse povo poderia aprender muita coisa acerca dos esforços que você deve ter feito para, através da educação recebida em B.D. e da situação não-abastada de sua família, ingressar na mais almejada universidade brasileira. Pra lhe dizer a verdade, acho que eles nunca conseguiriam nem fazer idéia disso.