República Tcheca. Capital: Praga. Eu tinha lá os meus 12 anos quando soube disso. Nós éramos a mesma meia dúzia de moleques da sexta série fazendo trabalho de Geografia na casa do Leo.
Tcheca. Praga. Nao podia nao ser motivo de piada. "Que isso? Um lugar que chma Tcheca e ainda tem Capital Praga! Ah, nao! Só deve ter peste lá. deve ser o fim do mundo!" Pra citar um dos comentários menos maldosos. "Como se chma a mulher que vem da república Tcheca?" Huahuahua
Nao pude pensar em outra coisa quando ontem cruzei a fronteira deste país. Neste segundo dia de Praga, tenho que descordar dos nossos comentários maldosos. Os prédios mais bonitos que vi estao aqui. Sao igrejas, instituicoes oficiais e artísticas envelhecidas e escurecidas pelo longo somar de anos. Ao mesmo tempo, ve-se muitos tetos verdes, detalhes dourados, desenhos minuciosos de cores alegres e motivos ligados à natureza. Quando vi a ópera da cidade, deu vontade de sentar do outro lado da calcada e ficar só observando, de bobeira. Um mimo! Entendi porque o frances que conheci ontem no jogo de sinuca falou que escolheu Praga pela arquitetura.
Talvez a única praga de Praga seja aquela mesma que cai sobre os outros países do leste europeu: o desemprego - e seus efeitos colaterais. Ok, há uma outra praga: a língua! Dizem que, como o polones, é das mais difíceis, com mais casos/declinacoes que o alemao. E eu nem ouso duvidar! Depois de ficar meia hora de fast-food em fast-food tentando entender cardápios e precos...Mas beleza. Ficar perdida também leva a achados. Estou em um ouvindo metal de boa qualidade ;)
(escrito em 09/03/2008)
domingo, 20 de abril de 2008
terça-feira, 15 de abril de 2008
Česká Republika
"Kívia, sao vinte para às cinco"
"...ah, tá bom ... que horas sai o onibus?"
"Às cinco".
"..ok, às cinco... às cinco???"
E pulei da cama! Era o início daquele quase um mes de viagem, planejado com quase outros dois de antecedencia. Nao, nao! Perder o busao significaria atrassar todos os planos. Mas nem pensei nisso. Instantaneamente estava na rua. Lembro-me do meu amigo tirando a mochila pesada das minhas costas e correndo na minha frente através de um atalho. "Vou com voce, Kívia. Por aqui!". Sorte minha ter ficado na casa dele que mora perto da Estacao Central de Frankfurt, se nao...
Lembro também de eu tentando parar ofegante um onibus que saia. O motorista só balancou a cabeca e continuou. Meu coracao pulou. Aí vi a placa direcao Dresden ou algo assim. Uffa..
Nem deu tempo de respirar e fui vendo outro onibus. Era o meu que chegava atrasado comigo.
Entrei e apaguei.
Horas depois, presumo, fui acordada por dois homens.
"Reisepass, bitte!"
O passaporte está na mochila, lá em baixo..
"Entao vai pegar!"
Pergunta: onde estamos?
"Bavaria, pouco antes da fronteira com a República Checa"
"...ah, tá bom ... que horas sai o onibus?"
"Às cinco".
"..ok, às cinco... às cinco???"
E pulei da cama! Era o início daquele quase um mes de viagem, planejado com quase outros dois de antecedencia. Nao, nao! Perder o busao significaria atrassar todos os planos. Mas nem pensei nisso. Instantaneamente estava na rua. Lembro-me do meu amigo tirando a mochila pesada das minhas costas e correndo na minha frente através de um atalho. "Vou com voce, Kívia. Por aqui!". Sorte minha ter ficado na casa dele que mora perto da Estacao Central de Frankfurt, se nao...
Lembro também de eu tentando parar ofegante um onibus que saia. O motorista só balancou a cabeca e continuou. Meu coracao pulou. Aí vi a placa direcao Dresden ou algo assim. Uffa..
Nem deu tempo de respirar e fui vendo outro onibus. Era o meu que chegava atrasado comigo.
Entrei e apaguei.
Horas depois, presumo, fui acordada por dois homens.
"Reisepass, bitte!"
O passaporte está na mochila, lá em baixo..
"Entao vai pegar!"
Pergunta: onde estamos?
"Bavaria, pouco antes da fronteira com a República Checa"
quinta-feira, 3 de abril de 2008
Tilmann Habermas
"Meu nome é Tilmann Habermas", claro que ele tinha que levantar a sobrancelha e mudar um pouco a voz ao pronunciar a última palavra. Assim iniciou ontem sua primeira aula. Uma figura! Tipo de professor especialista no assunto, que nao perde oportunidade de fazer uma piadinha e, claro, consegue prender a atencao dos alunos. E poe alunos nisso! No saguao de entrada, já tinha uma multidao aguardando a aula. Claro que pensei, "é, só porque ele é filho do Jürgen Habermas..". Mas no final da aula, fiquei com dúvidas.
A disciplina chama-se Psychoanalyse. Análise Psicológica, acredito. Promete ser um curso bem abrangente, comecando por Freud e o estudo da Histeria, pasando por Jung, Reich até Lacan (oposto do Freud, por assim dizer). Habermas, também psicologo, fez um teste conosco bastante interessante. Disse que era para uma pesquisa sua, mas nao quis contar o que era "para nao nos influenciar". Consistia em tres histórias trágicas e várias perguntas sobre o nosso estado de espírito ao ler cada uma deles (sempre as mesmas perguntas). Voce ficou triste com a História? Acha o contador da História simpático? Acha que o contador é simpático? As possibilidades de resposta variavam entre, "de jeito nenhum" e "extremamente". Esperar pra ver...
A disciplina chama-se Psychoanalyse. Análise Psicológica, acredito. Promete ser um curso bem abrangente, comecando por Freud e o estudo da Histeria, pasando por Jung, Reich até Lacan (oposto do Freud, por assim dizer). Habermas, também psicologo, fez um teste conosco bastante interessante. Disse que era para uma pesquisa sua, mas nao quis contar o que era "para nao nos influenciar". Consistia em tres histórias trágicas e várias perguntas sobre o nosso estado de espírito ao ler cada uma deles (sempre as mesmas perguntas). Voce ficou triste com a História? Acha o contador da História simpático? Acha que o contador é simpático? As possibilidades de resposta variavam entre, "de jeito nenhum" e "extremamente". Esperar pra ver...
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